Usar VPN ou proxy pode ser uma boa opção para quem deseja usar a Internet sem se preocupar com invasão de privacidade, ou para quem quer conseguir acesso a sites bloqueados. Embora as duas alternativas ofereçam soluções bastante similares para o mesmo problema, há algumas diferenças fundamentais entre elas, que expõem suas vantagens e desvantagens. A seguir, você vai ficar por dentro sobre VPNs, proxys e suas características para saber qual é a melhor solução para você no seu computador.
Navegação oculta
Antes de abordar as diferenças entre cada método, é interessante refrescar a memória sobre a estrutura básica da Internet: por exemplo, quando você acessa o TechTudo sem usar um proxy, ou uma VPN, sua conexão com o site é basicamente direta com o site.
Em tese, essa relação pode deixar dados como a localização do seu acesso e outros detalhes sobre o que você faz na Internet expostos para serem colhidos por empresas, indivíduos e até governos.
A ideia de usar proxy ou VPN na hora de navegar na Internet é colocar um intermediário nesse processo, capaz de introduzir uma camada de ruído e tornar os dados da sua navegação mais difíceis de serem interceptados.
Para que servem?
O uso dos dois métodos é bem popular para dois tipos de situação: desejo de ocultar a origem do seu acesso e busca por mais privacidade enquanto usa a Internet, e acesso a conteúdos bloqueados em determinados países, como o acervo estrangeiro de serviços como o Netflix, vídeos com restrições geográficas no YouTube, e até serviços que não são oferecidos em todos os países, como Amazon Fire e Pandora.
Como funciona um proxy?
A palavra “proxy” vem do inglês e pode ser traduzida como “procuração”. Navegar por “procuração” é usar algum serviço capaz de se colocar como intermediário entre você e o conteúdo que você consome na rede.
Nesse sentido, quando você decide aplicar esse método para navegar seu computador se conecta a um servidor intermediário, que pode estar localizado em qualquer lugar do mundo. Voltando ao exemplo anterior, é como se fosse esse servidor acessando o site do TechTudo para você, o que faz com que sua visita aparente tenha origem de outros lugares do mundo que não a sua casa.
O efeito desse elemento intermediário na navegação é a possibilidade ocultar algumas informações a respeito das suas atividades. Se alguém intercepta seu acesso ao site do TechTudo enquanto você usa um proxy, teria impressão de que você acessou o site de outro país.
Desvantagens e limitações do proxy
Há diversos tipos de proxy, muitos deles são públicos e gratuitos, e há empresas que oferecem navegação via proxy mediante o pagamento de taxas.
Em qualquer um dos casos, o uso de proxy deve ser encarado com ceticismo. É possível que serviços desse gênero armazenem logs, que são registros das atividades do usuário enquanto navegou com o proxy.
No fim das contas, esses dados podem ser vendidos e, além de acabar com a ideia de navegação privada, o recurso que seria era utilizado para segurança, se torna ainda mais inseguro.
Outro problema, especialmente para quem busca privacidade, é que muitos serviços acabam usando o IP, seu endereço na Internet, para acessar os sites em que você navega, reduzindo muito a eficácia da ocultação da navegação.
Sem criptografia
Além disso, servidores proxy não costumam aplicar criptografia, o que significa que provedores de Internet e autoridades podem ver o que você está fazendo na Internet, mesmo quando você oculta sua origem do resto do mundo.
Outra desvantagem reconhecida desse método é que ele não funciona bem fora dos navegadores de Internet. Processos como torrents e aplicativos de mensagem, por exemplo, podem não funcionar corretamente, ou não serem bem ocultados pelo uso dessas ferramentas, especialmente as gratuitas.
Há proxys pagos que usam um tipo de tecnologia que permite sua efetividade em todas as atividades de Internet, e não apenas navegadores. Mas, para funcionar, o usuário precisa configurar cada aplicativo individualmente e esse tipo de proxy é reconhecidamente mais lento que os proxys mais simples.
Por fim, vale lembrar que usar o proxy equivale a alongar o caminho que a informação precisa percorrer até chegar em seu dispositivo, o que resulta em diminuição de velocidade da sua conexão.
Como funciona uma VPN?
O termo VPN é uma sigla, em inglês, para “Rede Virtual Privada”. Seu funcionamento usa os mesmos princípios daqueles empregados pelo sistema proxy: ocultar as informações sobre o seu acesso, mantendo-as longe de curiosos por meio de uma dinâmica que cria ruído para esconder seus dados.
Nesse método, seu computador estabelece uma espécie de túnel virtual com um servidor VPN, fazendo com que toda a navegação de Internet passe por ele. Isso torna todos os dados e estatísticas a respeito das suas atividades na rede indetectáveis por curiosos, já que mesmo os serviços de VPN de menor qualidade oferecem criptografia de 128 bits (plataformas de maior nível de proteção podem chegar a aplicar criptografia de 2.048 bits).
Com uma VPN, dados de localização, IP, sites visitados e etc acabam completamente ocultos. Mesmo o seu provedor de Internet será incapaz de verificar as atividades que você realiza ao navegar. Outra vantagem é que, ao contrário do proxy, VPNs funcionam bem não apenas com navegadores, mas com qualquer tipo de aplicativo que dependa da Internet para funcionar.
Desvantagens e limitações da VPN
Bons serviços de VPN costumam cobrar mensalidades que podem ser consideradas salgadas, já que essas plataformas costumam praticar preços em dólar e os valores tendem a ser mais altos do que os encontrados em proxys.
Outro ponto determinante a respeito desse método é o compromisso do provedor do serviço em não coletar dados e logs de uso. Uma VPN, embora seja capaz de ocultar suas informações do resto do mundo, pode guardar registros relacionados com o seu tipo de uso da rede.
Esses dados, nas mãos de empresas menos éticas, podem acabar vendidos para terceiros, ou nas mãos de autoridades governamentais que podem usar ordens judiciais para acessar os registros salvos pelos serviço.
Por isso, na hora de assinar uma VPN, o usuário precisa ter convicção de que o serviço não cria logs das atividades de seus usuários.
Há também potenciais problemas com velocidade de rede. O processo de criptografia de dados, quanto mais seguro for, mais poder de processamento exigirá do servidor a que o usuário se conecta. Em situações de alta demanda, a velocidade de Internet pode cair consideravelmente.
Fonte: TechTudo